Último dia do ano, última festa do ano, última chance de conhecer alguém. Passei a noite toda observando-o, mas ele nem me notava. Parecia muito ocupado cumprimentando cada pessoa que passava pela porta e conversando com alguns amigos que o rodeavam. Quem era ele?
Faltava um minuto para o ano acabar. Alguém desligou o som e todos gritaram, então corremos para a área externa do salão para assistir à queima de fogos de artifício. A contagem regressiva começou, todos contávamos juntos, em uma só voz, ansiosos pelo término de um ciclo e início de outro, acreditando que alguma coisa em nossas vidas mudaria junto com os ponteiros do relógio.
Eu me distraí, entrando no clima, até que me senti observada…
Dez, ele olhou em minha direção. Nove, arqueou as sobrancelhas, parecendo me notar pela primeira vez ali. Oito, começou a andar, se aproximando. Sete, finalmente parou, bem na minha frente. Seis, olhou em meus olhos e sorriu. Cinco, encostou seu copo no meu, brindando, e bebeu todo seu champanhe em um único gole. Quatro, tirou o outro copo de minha mão e o apoiou na mesa atrás de nós. Três, colocou a mão em minha cintura, eliminando a distância entre nós. Dois, senti sua respiração perigosamente próxima à minha. Um, me beijou. Meia noite, “feliz ano novo”, sussurrou entre o beijo, ainda roçando seus lábios nos meus.