Já parou para pensar em quais são os lugares onde você passa a maior parte do tempo? Além da casa, que é o local de descanso, e do trabalho, onde passamos boa parte do dia, precisamos de espaços informais para socializar e vivenciar a vida em comunidade.
Neste artigo, te conto o que é o Terceiro lugar e qual o seu papel na socialização. Acompanhe!
O conceito de Terceiro Lugar
O Terceiro Lugar é um espaço físico que vai além da casa e do trabalho. Ele nos proporciona experiências sociais e está diretamente ligado ao nosso bem-estar.
Li sobre esse conceito pela primeira vez no livro Marketing 6.0, de Philip Kotler. Mas a ideia foi desenvolvida na década de 1980 pelo sociólogo Ray Oldenburg, em seu livro “The Great Good Place”. Ele propõe que precisamos de espaços comunitários porque somos seres extremamente sociais.
Enquanto a casa é um local de intimidade e descanso e o trabalho é um ambiente formal, o Terceiro Lugar se refere a espaços que nos proporcionam interações sociais genuínas, fortalecendo nossa conexão com a comunidade.
O objetivo desse tipo de ambiente é proporcionar uma atmosfera acolhedora e espontânea, onde as pessoas possam se encontrar, conversar, realizar atividades e fortalecer laços.
A importância dos ambientes de socialização
A existência de Terceiros Lugares é fundamental para a construção de uma sociedade mais interligada e saudável.
A sociabilidade humana é, inclusive, uma vantagem evolutiva, essencial para a sobrevivência. Quando isoladas por longos períodos, as pessoas tendem a adoecer. Não é à toa que, no primeiro ano da pandemia, o número de distúrbios emocionais como depressão e ansiedade aumentou em 25% no mundo todo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Um estudo do Instituto de Psiquiatria do Paraná revelou que interações sociais significativas, intercaladas com momentos de solidão restauradora, são essenciais para o bem-estar humano. Segundo a pesquisa, essas interações ajudam a reduzir o estresse, promovem a saúde mental e reforçam a importância de ambientes que favoreçam conexões entre as pessoas.
Frequentar regularmente Terceiros Lugares contribui para a redução do estresse, bem-estar físico e mental, estimula a criatividade e desempenha um papel importante na inclusão social e no fortalecimento das comunidades locais.
Exemplos de Terceiros Lugares
Os Terceiros Lugares podem assumir diferentes formas, dependendo da cultura e da cidade em que estão inseridos. Alguns exemplos mais comuns incluem:
- Cafeterias e padarias: lugares onde as pessoas se encontram para conversar, tomar um café, observar o movimento ou até trabalhar e estudar fora de casa.
- Livrarias e shoppings: centros comerciais desempenham um papel importante no desenvolvimento da comunidade local.
- Parques e academias: espaços que incentivam atividades físicas e de lazer, além de promoverem interações sociais.
- Bares e restaurantes: pontos tradicionais de encontro, onde as pessoas se reúnem para conversar, dividir uma refeição ou celebrar.
- Espaços de coworking: apesar de estarem relacionados ao trabalho, esses ambientes favorecem interações informais e networking, especialmente para quem trabalha de forma remota.
Como profissional autônoma que segue trabalhando em home office, sinto na pele a importância de sair de casa e ir para outro lugar, que não seja minha casa ou, mais especificamente, o quarto que uso como escritório.
A academia cumpre o papel de terceiro lugar quase todos os dias na minha rotina. E para o trabalho, sou adepta do coffee-working: me planejo para trabalhar em algum café do bairro pelo menos duas vezes por mês.
Sinto que mudar de ares de vez em quando ajuda a me sentir mais criativa. Gosto de enxergar o mundo para além das paredes do meu escritório, ouvir conversas, cumprimentar pessoas — e tomar um cafezinho superfaturado, é claro 😉.
O impacto do digital nos Terceiros Lugares
Com o avanço da tecnologia e o aumento do tempo gasto em redes sociais, muitas interações migraram para o ambiente digital, o que pode nos distanciar fisicamente.
Apesar de passarmos o dia todo conectados, a verdade é que nada substitui o contato presencial e a experiência de estar em um ambiente acolhedor.
Embora alguns espaços virtuais, como fóruns e comunidades online, tentem simular a ideia do Terceiro Lugar, eles não conseguem replicar completamente a riqueza das interações humanas presenciais.
Em Marketing 6.0, Philip Kotler destaca como as empresas estão transformando seus espaços físicos em Terceiros Lugares para estimular a socialização e o consumo.
Com o crescimento dos e-commerces, é muito fácil comprar online, mas o que ainda leva as pessoas a procurarem lojas físicas? Segundo Kotler, a resposta está na experiência proporcionada nesses ambientes. Isso reforça que os espaços físicos não serão substituídos pelos espaços virtuais – pelo menos não nos próximos anos.
Conclusão
Os Terceiros Lugares são essenciais para a qualidade de vida e a construção de sociedades mais integradas e saudáveis. Eles nos ajudam a escapar da rotina, promovem o senso de pertencimento e estimulam interações genuínas.
Em tempos de digitalização intensa, valorizar e frequentar esses espaços pode ser um respiro na rotina acelerada, nos ajudando cultivar relações reais.
E você, tem um Terceiro Lugar favorito?
Por hoje é só! Se você ainda não me conhece, eu sou a Tati. Aqui no blog, compartilho dicas de leitura, escrita e inteligência emocional. Obrigada por me acompanhar nessa leitura e até a próxima! 💜