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Anti-biblioteca e a importância dos livros não lidos

Todo leitor assíduo tem uma coleção de livros lidos. Porém, também costumamos ter uma pilha de livros que ainda não foram lidos. Hoje eu vou te contar o que significa o termo Anti-biblioteca e por que é tão importante termos livros não lidos em nossa biblioteca. 

Biblioteca pessoal 

Eu sei que cada vez mais pessoas estão migrando para o digital. Não julgo, também tenho um kindle abarrotado de e-books. Mas confesso que sou das antigas e prefiro ler exemplares físicos. Inclusive, tem um artigo polêmico aqui no blog onde discorro sobre os prós e contras de cada formato – para acessar, clique aqui.

Sempre gostei muito de ler e tenho os livros como meus maiores companheiros. Aqui no blog, você encontra diversos artigos que escrevi sobre o hábito da leitura, sua importância e nuances. 


Foto: arquivo pessoal

Leia a seguir: Leitura e empatia

Leia a seguir: Vale a pena reler livros?

Leia a seguir: Ler mais de um livro ao mesmo tempo: descubra os benefícios

Mas, independente de como você consome suas leituras, o fato é que todos os leitores carregam em sua bagagem o conhecimento, memórias e emoções despertadas pelos livros que já leram. 

A leitura tem o poder de nos transportar para outros mundos. Sem sair do lugar, podemos experimentar outras realidades e explorar novas possibilidades. Essa imersão transforma nossa visão de mundo

E eu tenho certeza de que muitos leitores têm também uma coleção de livros não lidos. Seja porque adora adquirir novos exemplares, por curiosidade ou sede por conhecimento – o fato é que sempre buscamos uma próxima leitura. 

E hoje, nosso tema são justamente os livros não lidos! 

Atualmente, tenho poucos livros não lidos em minha estante, pois tenho me controlado para comprá-los aos pouquinhos. Por outro lado, a lista de livros que eu quero ler é enorme – dá uma pulinho no meu Skoob para conferir. 

Anti-biblioteca 

Se você chegou até aqui já deve estar curioso para entender o que é essa tal anti-biblioteca e como você pode conseguir uma, não é? 

Calma que eu te explico! 

O escritor libanês Nassim Nicholas Taleb, em seu livro “A lógica do cisne negro” (2007), escreveu sobre sua admiração pelo escritor e filósofo italiano Umberto Eco. 

No livro, ele conta que:

“O escritor Umberto Eco pertence àquela classe restrita de acadêmicos que são enciclopédicos, perceptivos e nada entediantes. Ele é dono de uma vasta biblioteca pessoal (que contém cerca de 30 mil livros) e divide os visitantes em duas categorias: os que reagem com: ‘Uau! Signore professore dottore Eco, que biblioteca o senhor tem! Quantos desses livros o senhor já leu?’, e os outros — uma minoria muito pequena — que entendem que uma biblioteca particular não é um apêndice para elevar o próprio ego, e sim uma ferramenta de pesquisa. Livros lidos são muito menos valiosos que os não-lidos. Vamos chamar essa coleção de livros não lidos de ‘anti-biblioteca’.”

Nassim Nicholas Taleb

E foi daí que surgiu o termo anti-biblioteca, no qual, Taleb se refere a todos os livros que não lemos. 

É claro que ao longo da vida acumularemos mais e mais livros lidos. Porém, nós leitores, também aprendemos que quanto mais sabemos, mais queremos saber

É por isso que, mesmo lendo com frequência, nossa lista de livros parece não ter fim – e não tem mesmo, pois estamos sempre adicionando novas obras, novos interesses. 

Taleb argumenta que, muitas vezes, as pessoas tendem a olhar para os livros que já conhecem e dominam, porém, acabam negligenciando a rica oportunidade de explorar novos temas.

Uma biblioteca é mais do que um conjunto de livros para alimentar nosso ego. Deve ser, antes, um local de pesquisa e referência, para onde nos voltamos o tempo todo. 


Foto: arquivo pessoal

Cultive sua anti-biblioteca

Quando você tem uma coleção de livros não lidos, está se cercando de conhecimento em potencial, ou seja, de temas que despertam sua curiosidade, que te motivam a continuar lendo e aprendendo. 

A presença destes livros (ainda que estejam apenas em uma lista) é um lembrete de quanta informação ainda há para ser absorvida. 

Por mais que estudemos muito, ainda há uma infinidade de autores, teorias e histórias a conhecer. 

Os livros não lidos servem não apenas como base de pesquisa e futuros desafios, como também nos ajudam a colocar a vaidade de lado e nos lembram que sabemos muito menos do que imaginamos. 

Afinal, quanto mais aprendemos, mais temos noção de nossa própria ignorância. E o aprendizado, assim como os livros, não tem fim. 

Eu tenho plena consciência de que morrerei antes de terminar minha lista de livros não lidos. Pelo simples fato de que tal lista não tem fim. 

Foto: arquivo pessoal | Sebo Memória do Amadeu (Rua Cristiano Viana, 488 – São Paulo, SP)

A mensagem que eu quero deixar aqui é que sim, você pode se orgulhar de sua coleção de livros lidos, mas jamais se esqueça de todo o conhecimento que existe nesse mundão afora e que ainda podemos absorver muitas coisas novas. 

Cultive sua anti-biblioteca da forma como quiser e puder. Visite livrarias, sebos ou bibliotecas públicas e folheie títulos, peça indicações a amigos, pegue recomendações de professores e figuras que você admira. 

Não tenha medo de deixar um livro na estante por muito tempo – seu momento ainda pode chegar 😉

2 comentários em “Anti-biblioteca e a importância dos livros não lidos”

  1. Pingback: 10 dicas para ler mais livros – Tatiane Lucheis

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